Taung Project, Reconstrução (parte 2 de 3): Reconstrução facial 2D com o Inkscape

For who speaks English, please see this link: http://arc-team-open-research.blogspot.com.br/2012/11/taung-project-facial-forensic.html

No post anterior foi exibido o processo de recuperação das área ausente do crânio da criança Taung. Agora será mostrado o processo de reconstrução facial 2D utilizando o Inkscape, um software livre de imagens vetoriais, bem como o editor de imagens Gimp.

Por que não fazer diretamente a reconstrução em 3D? Seria perfeitamente possível, mas é bom estudar um trabalho em 2D antes de modelá-lo. Os motivos são inúmeros, como a familiarização das formas, a antecipação de alguns problemas na modelagem bem como a escolha do estilo que se seguirá no futuro.

Antes de qualquer desenho ser feito a expressão de alguns primatas jovens fora estudada largamente, isso por que o Australopithecus africanus lembra mais nossos primos evolutivos do que nós (que também somos primatas).

Um ponto em comum entre os “primos” fora os grandes e expressivos olhos, os lábios lisos e algumas rugas na face, mesmo se tratando de indivíduos jovens.

Uma vez que o crânio fora recuperado, era só extrair uma imagem do ponto de vista necessário.

A imagem escolhida trata-se de uma renderização frontal com a câmera em modo orthogonal. Nesse modo não temos a deformação da perspectiva, criando-se assim uma vista chapada, algo semelhante ao que ocorre quando o arquiteto desenha uma fachada de uma casa.

Imagem renderizada e pronta bastou importá-la ao Inkscape. Veja que junto a ela algumas outras também foram inseridas na cena com o propósito de servirem de referência no decorrer do trabalho.

O processo de reconstrução segue os mesmos padrões daqueles aplicados aos humanos modernos. Aqui foram inseridas as projeções dos globos oculares, bem como os músculos masseter, temporal e orbicular da boca.

Em seguida são posicionados o bucinador, o abaixador do ângulo da boca, o abaixador do lábio inferior, o levantador do lábio superior e o zigomático maior. Também é definido o preenchimento do nariz.

Para fecha a série de músculos faciais posicionou-se o orbicular dos olhos. Perceba que ao lado direito temos uma imagem de referência da musculatura facial de um chimpanzé (Pan troglodytes). Você pode baixar um excelente artigo acerca da musculatura facial daquele primata nesse link.

O olho foi criado sob o orbicular.

Depois a pele foi posicionada sobre a face, em seguida o nariz e as linhas da expressão.

Para a criação da orelha, recorreu-se a as proporções das fotografias de primatas juvenis, usadas como referência.

Durante todo o processo de reconstrução, a transparência era ativada para que se visualizasse a posição dos músculos e pele em relação ao crânio.

Os pêlos faciais foram colocados usando-se fios grossos, assim levariam menos tempos para serem implantados.

Assim que os pêlos foram colocados, a exemplo dos outros elementos faciais, eles foram refletidos, ou seja, apenas a metade da face fora desenhada, pois a outra é o seu reflexo.

O desenho vetorial foi exportado como bitmap (.png). A imagem resultante foi tratada no Gimp, mudando-se o brilho, a saturação e foi aplicado um efeito para que lembrasse uma pintura.

Com essa passo a parte de modelagem 2D fora finalizada. Com ela foi possível prever uma série de situações que depois ocorreram na modelagem 3D. Ao ser feita a modelagem a experiência desse teste ajudou em muito no processo de familiarização que culminou em menos horas de trabalho do que o esperado inicialmente.

Você pode baixar o arquivo vetorial desenvolvido durante o post nesse LINK.

Captura de tela do arquivo SVG disponível para download.

No próximo post você poderá ver uma série de vídeos timelapse do processo de modelagem 3D, bem como baixar o arquivo fonte (.blend) da reconstrução facial.

Imagem da reconstrução facial forense em 3D

Espero que a descrição do processo tenha sido útil para você de alguma forma. Nos vemos no próximo post, até lá!


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