Mostras e Cultura

As reconstruções faciais realizadas por Cicero Moraes ultrapassam o campo estritamente técnico e têm encontrado espaço em mostras, exposições e projetos culturais em diferentes países. Esses trabalhos, ao serem incorporados em museus, sítios arqueológicos e instituições religiosas, ampliam a forma como o público se relaciona com a ciência e com a história.

De Lima a Pádua, de Curitiba a Praga, de Viena a Lambayeque, as exposições que contam com sua participação mostram como a reconstrução facial pode aproximar visitantes de contextos históricos e antropológicos de maneira acessível e envolvente. Muitas dessas iniciativas contaram com a presença de curadores, autoridades locais e até ministros de Estado, reforçando sua relevância institucional, ao mesmo tempo em que despertaram interesse popular, seja em concursos de nomes, souvenirs, selos postais ou representações artísticas.

Esse conjunto de experiências demonstra como a reconstrução facial, além de sua dimensão científica, pode também assumir um papel cultural e educativo, colaborando para preservar memórias e enriquecer o diálogo entre ciência, arte e sociedade.


Museo della Natura dell’Uomo

Ano: 2024

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Captura de tela do site do meuseu, visita de Moraes à mostra e título do resumo publicado.

Local: Museo della Natura de dell’Uomo, Pádua, Itália.

Período: Mostra Permanente.

Nascida da evolução do projeto Taung e da mostra FACCE, a mostra permanente de hominídeos é oferecida ao visitantes do Museu da Natureza e do Homem, da Universidade de Pádua. Trata-se de um painel tridimensional, contando com réplicas de hominídeos, apresentando ao fundo displays iluminados com as aproximações faciais e um monitor touchscreen para a consulta de dados. Ao total são 23 faces que remontam milhões de anos de história.

Em 2024 Cicero Moraes, responsável pelas aproximações, palestrou nas dependências do museu, juntamente com o Dr. Nicola Carrara, curador da mostra e Luca Bezzi, que digitalizou os crânios e também gerenciou o projeto. Ainda naquele ano durante o XXXIII Congresso Nacional da Associação Nacional de Museus Científicos (ANMS) foi apresentado e publicado o projeto da mostra permanente, com o histórico remontando desde o primeiro trabalho de 2012, até a viabilização da mostra permante.


Zlatý Kůň

Ano: 2023-2024

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Cicero Moraes visitando a exposição no museu da caverna Koněprusy. Ao lado a captura do site oficial com a imagem da reconstrução facial.

Local: Cavernas Koněprusy, República Tcheca.

Período: Mostra Permanente.

Em 2023, a reconstrução facial do crânio de Zlatý Kůň, um fóssil humano de cerca de 45 mil anos, um dos mais antigos da Europa, alcançou enorme repercussão midiática. Realizado por Cicero Moraes e equipe, utilizando técnicas de modelagem 3D e análise forense, o trabalho revelou traços possíveis de uma mulher do Paleolítico Superior, com base em dados anatômicos detalhados.

As Cavernas Koněprusy, na República Tcheca, local onde o fóssil de Zlatý Kůň foi descoberto, incorporaram a reconstrução facial em uma exposição permanente, posicionada estrategicamente para destacar a relevância arqueológica do sítio. A mostra, que exibe a imagem reconstruída ao lado de informações sobre o contexto histórico, tem atraído visitantes interessados em explorar os primórdios da humanidade na Europa. A iniciativa combina ciência e educação, oferecendo uma experiência imersiva que conecta o público à pré-história. Além disso, os detalhes do projeto foram publicados em um artigo em um periódico revisado por pares, consolidando sua relevância científica.


De Mladeč 1 a Mlada

Ano: 2022 e 2023

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Reconhecimento, display com a aproximação facial (Rep. Tcheca) e pontos de vistas.

Local: Caverna de Mladeč, República Tcheca.

Período: Mostra Permanente.

Em 2022, a reconstrução facial do crânio de Mladeč 1, um dos fósseis humanos mais antigos da Europa, com cerca de 31 mil anos, capturou a atenção global, tanto no meio de divulgação científica quanto acadêmico, figurando como uma das faces reconstruídas mais populares da outlet Live Scince. Realizada com técnicas avançadas de modelagem 3D e análise forense, a reconstrução trouxe à vida o rosto de uma mulher do Paleolítico Superior, utilizando dados anatômicos e comparações com populações modernas. O projeto, conduzido por Cicero Moraes e equipe, teve um impacto significativo, a ponto do Museu de História Natural de Viena, onde o crânio original está exposto, reconhecer a relevância científica e educativa do mesmo, mencionando-o em sua biblioteca de modelos online.

A Caverna de Mladeč, na República Tcheca, incorporou a reconstrução facial à sua narrativa arqueológica, instalando uma exposição permanente na entrada do sítio para apresentar o rosto reconstruído aos visitantes. A iniciativa reforça a importância do local como um marco da pré-história europeia e aproxima o público dessa história de forma envolvente. Para engajar ainda mais os visitantes, a caverna promoveu um concurso para nomear a figura reconstruída, tendo grande engajamento, resultando na escolha do nome “Mlada”, inspirado na região. O sucesso do projeto levou à criação de um novo concurso, que desafia participantes a criarem a melhor história sobre a vida de Mlada, estimulando a imaginação e o interesse pela arqueologia.


A Mulher de Skríðuklaustur

Ano: 2022

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Interior do Museu de Skríðuklaustur com os dados da reconstrução facial.

No mosteiro de Skríðuklaustur, Islândia, o crânio de uma mulher do século XV ou XVI revelou marcas de sífilis terciária, reconstruído em 3D por Cícero Moraes. A face, com úlceras e traços nórdicos, expôs o sofrimento da doença e viralizou em 2022, sendo notícias em sites como Live Science e outros aoutlets, gerando debates sobre saúde e história.

O Museu de Skríðuklaustur incorporou a reconstrução em uma exposição com realidade aumentada, permitindo que visitantes vejam o rosto sobreposto ao crânio via smartphone. Um artigo revisado por pares, publicado no journal Digital Applications in Archaeology and Cultural Heritage em 2024, detalhou o processo, consolidando o projeto como referência em arqueologia e ciência forense.


As Faces da Caverna Areni-1

Ano: 2021-2022

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Vídeo didático sobre a reconstrução facial apresentado aos visitantes no interior da carverna Areni-1, Armênia.

Local: Caverna de Ateni-1, Armênia.

Período: Mostra Permanente.

Situada em Vayots Dzor, na Armênia, a caverna de Areni-1 é um sítio arqueológico do período Calcolítico (Idade do Cobre, cerca de 6.200–3.400 a.C.). Descoberta em 2007, é famosa por abrigar o sapato de couro mais antigo do mundo (5.500 anos), a prensa de vinho mais antiga conhecida (6.100 anos) e restos humanos da cultura Kura-Araxes. Usada para rituais, armazenamento e possivelmente habitação, a caverna oferece uma janela para a vida pré-histórica, com artefatos orgânicos preservados devido às condições secas. É crucial para entender a vinificação, práticas culturais e a evolução das sociedades no Cáucaso.

O projeto de aproximação facial inicialmente revelou o rosto de um jovem de 18 anos, cujos restos foram encontrados em Areni-1, datados de cerca de 5.900 anos. Posteriormente mais dois crânio, em idade puerial passaram pelo processo. A equipe do projeto foi formada pélo arqueólogo armênio Artur Petrosyan (preparação do crânio), o fotógrafo tcheco Martin Frouz (120 imagens capturadas) o agrimensor tcheco Jiri Sindelar (digitalização 3D via fotogrametria) e Cicero Moraes (aproximação facial). A reconstrução foi apresentada ao público em 23 de setembro de 2021, teve ampla repercussão na mídia nacional da Armênia, da Rússia, da República Tcheca e recebeu atenção tanto da Embaixada do Brasil em Ierevan, quanto da Embaixada da Armênia no Brasil.


Museu Egípcio Rosacruz - Tothmea

Ano: 2019

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Cartaz digital da mostra temporária e da comemoeração dos 30 anos, ambos com a reconstrução facial.

Local: Museu Egípcio Rosacruz, Curitiba.

Período: Mostra permanente e eventuais mostras temporárias.

Tothmea é uma múmia egípcia do Terceiro Período Intermediário (circa 2.600–2.700 anos atrás), provavelmente uma servidora ou devota da deusa Ísis, descoberta em uma necrópole de Tebas Ocidental, atual Luxor, Egito. Mumificada com técnicas tradicionais, como remoção de órgãos e enfaixamento, ela foi exumada no século XIX e presenteada em 1885 ao diplomata americano Samuel Sullivan Cox pelo vice-rei egípcio Mohamed Pasha Tewfik. Após ser exibida em museus nos EUA, enfrentou negligência, sendo esquecida em um celeiro e até manipulada por curiosos. Em 1995, foi doada ao Museu Egípcio e Rosacruz em Curitiba, Brasil, onde permanece como a única múmia egípcia original exposta no país. Apesar de danos em seus ossos faciais, Tothmea é um testemunho da rica tradição funerária egípcia e da jornada de artefatos arqueológicos pelo mundo. Após o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro em setembro de 2018, que destruiu seis múmias egípcias de corpo inteiro de sua coleção, a múmia Tothmea, tornou-se a única de corpo inteiro preservada no Brasil.

A reconstrução facial de Tothmea, liderada pelo arqueólogo Moacir Elias Santos e efetuada por Cícero Moraes, trouxe nova vida à múmia. Em 2012, usando tomografia computadorizada de 1999, raios-X e fotogrametria, Moraes recriou digitalmente o crânio danificado com ferramentas como Blender 3D, revelando uma mulher de aproximadamente 30-40 anos, com pele morena, olhos escuros e traços delicados. Essa primeira aproximação foi apresentada em eventos como o “Feliz Dia da Múmia”. Em 2019, o projeto “Tothmea+6” refinou a reconstrução, incorporando técnicas mais avançadas para maior precisão e realismo. A nova face, exibida em março no programa “Bom Dia Paraná” da RPC e em visitas guiadas ao museu, destacou uma expressão serena, conectando o público à história egípcia e demonstrando o impacto da tecnologia forense na arqueologia.


D. Pedro I - Museu Histórico Nacional

Ano: 2018

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Apresentação do busto no Museu Histórico Nacional. Paulo Knauss e José Luis Lira observam o busto à distância.

No ano de 2018 o Dr. José Luis Lira, professor universitário e escritor brasileiro, organizou um projeto de aproximação facial forense do rosto de D. Pedro. A partir de uma fotografia tirada durante a exumação do imperador em 2013, foi possível, graças à uma reflexão inferior, reconstruir a peça anatômica em 3D. O trabalho foi autorizado pelo tetraneto de D. Pedro I, Bertrand de Orleans e Bragança, que acompanhou o processo avaliando as imagens. Assim que revelada a face, as notícias propagaram-se em vários idiomas, cooperando mundialmente com a popularização da figura histórica.

Poucos meses depois Rodrigo Padula de Oliveira, coordenador de projetos e parcerias da organização Wiki Educação Brasil, organizou um projeto de mostra permanente, junto ao historiador Paulo Knauss, envolvendo o busto do imperador. A impressão foi efetuada pela empresa dOne 3D e a pintura da peça recebeu as cores da artista plástica Mari Bueno. Em outubro de 2018 a mostra foi inaugurada no Museu Histórico Nacional, recebendo significativa cobertura da mídia, em meios como o O Globo e o Jornal Nacional da Rede Globo.


Imago Animi

Ano: 2018

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Cartaz, convite e aproximações faciais de hominídeos.

Local: Palazzo Assessorile, Cles, Itália.

Período: De 24 de março a 24 de junho de 2018

A mostra “Imago Animi - Volti dal Passato” foi uma exposição itinerante organizada pelo Museu de Antropologia da Universidade de Pádua (Itália), em colaboração com o Comune di Cles, a Arc-Team e a Associação de Antropólogos Antrocom Onlus, Palazzo Assessorile, um edifício medieval no centro histórico de Cles, na província de Trento. O evento explorava o tema do rosto humano como espelho da diversidade evolutiva, da história e da identidade cultural, dividida em seis seções temáticas: desde “Guardiamo in faccia la diversità umana” (que abordava a evolução dos hominídeos e a árvore genealógica humana) até “I volti dell’anima” (com obras de artistas contemporâneos como James Brown, Luigi Ontani e Omar Galliani). Um dos destaques foram as reconstruções faciais 3D de figuras históricas e ancestrais, incluindo um sacerdote egípcio, Sant’Antonio da Padova, Francesco Petrarca e Bernardo Cles (príncipe-obispo local do século XVI), realizadas pelo designer brasileiro Cícero Moraes em parceria com a equipe curatorial. Essas reconstruções, baseadas em técnicas forenses e software livre, visavam humanizar o passado e fomentar reflexões sobre antropologia e arte, atraindo visitantes para um percurso interativo que misturava ciência, história e expressões artísticas contemporâneas.

Cicero Moraes foi co-curador honorário da mostra, que rendeu uma publicação impressa dividida em capítulos publicados, dentres eles os intitulados Ricostruzione facciale forense: realtà o fantasia?, Lo strano caso del cranio di Francesco Petrarca e Il sorriso perduto di Santa Paolina Visintainer.


Estátua do Senhor de Sipán em Huaca Rajada

Ano: 2017

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Evento de inauguração da estátua.

Local: Museu do Sítio Huaca Rajada, Lambayeque, Peru.

Período: Mostra Permamente

A estátua do Senhor de Sipán, baseada na reconstrução facial e corporal do famoso governante mochica do século III d.C., foi criada pelo designer 3D brasileiro Cícero Moraes e pintada pela artista Mari Bueno, que adicionou detalhes realistas à representação física, impressa em 3D pelo CTI Renato Archer. Inaugurada em 21 de julho de 2017 no Museu de Sitio Huaca Rajada-Sipán, no complexo arqueológico de Huaca Rajada (Lambayeque, Peru), a obra foi revelada durante uma cerimônia especial que contou com a presença do então Ministro da Cultura do Peru, Salvador del Solar, destacando a colaboração internacional em projetos de patrimônio cultural. Essa estátua, baseada no crânio original do Senhor de Sipán (descoberto em 1987 pelo arqueólogo Walter Alva), representa não apenas um avanço técnico em modelagem 3D e escultura, mas também uma ponte entre a arqueologia mochica e o público contemporâneo, integrando-se à exposição permanente do museu ao lado de réplicas de tumbas e artefatos originais, e servindo como um tributo à rica herança pré-colombiana do norte peruano.

E evento teve significativa repercussão nacional e internacional, tendo a estátua ilustrado um documentário do History Channel. Cicero Moraes recebeu um reconhecimento do Governo Regional de Lambayeque pelo trabalho.


Mostra Dama Quatro Tupus

Ano: 2017

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Apresentação da face no Ministério da Cultura du Peru e a mostra permanente.

Local: Museu do Sítio Huaca Rajada, Lambayeque, Peru.

Período: Mostra Permamente

A apresentação do rosto da “Dama de los Cuatro Tupus” (ou “Senhora dos Quatro Tupus”), uma mulher de alto status social da civilização Caral datada de cerca de 4.000 anos atrás, ocorreu em 18 de outubro de 2017, durante uma cerimônia no Ministério da Cultura do Peru, em Lima, como parte da comemoração dos 23 anos de pesquisas sobre a civilização Caral. O projeto de reconstrução facial forense foi liderado pelo designer 3D Cícero Moraes, em colaboração com a Universidad Inca Garcilaso de la Vega (UIGV), a Zona Arqueológica Caral e o Ministério da Cultura, utilizando técnicas avançadas de modelagem 3D, tomografia e análise antropológica para recriar o rosto a partir do crânio descoberto em 2016 na Huaca de los Ídolos, em Áspero (distrito de Supe Puerto, Lima). A Dama, que morreu por volta dos 40 anos e foi sepultada com itens de luxo como um colar de contas de Spondylus, quatro prendedores de osso (tupus) com motivos de aves e macacos, e um pingente de mineral aglomerado, foi retratada como uma mulher de traços andinos característicos, com pele morena e cabelos longos, simbolizando o empoderamento feminino na sociedade Caral. O trabalho, que demandou dois meses de esforço multidisciplinar, ganhou ampla repercussão na mídia peruana e internacional, sendo publicado em 22 idiomas, e serviu para humanizar e divulgar a herança da mais antiga civilização das Américas, fomentando debates sobre o papel das mulheres na pré-história andina.

A reconstrução facial passou a ser exibida nas comunicações oficiais da Zona Arqueológica Caral, que criou uma mostra permaente tanto nas instalações físicas do museu, como em uma versão online interativa.


Existiram vampiros em Čelákovice?

Ano: 2016-2017

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Foto interna e cartaz da mostra.

Local: Museu Municipal de Čelákovice, República Tcheca.

Período: De 11 novembro de 2016 a 26 fevereiro de 2017.

Em 2016, o Museu Municipal de Čelákovice, na República Tcheca, apresentou a exposição Byli v Čelákovicích upíři? (Existiram vampiros em Čelákovice?), celebrando os 50 anos da escavação de 1966 que revelou um cemitério medieval com supostas práticas anti-vampiro. Um dos destaques foi a reconstrução facial digital de um dos crânios encontrados, realizada pelo designer 3D brasileiro Cícero Moraes em colaboração com a empresa tcheca GEO-CZ, liderada pelo geoinformata Jiří Šindelář. Utilizando técnicas forenses e software livre como o Blender, a reconstrução trouxe à vida o rosto de um possível “vampiro” de Čelákovice, exibido durante a mostra, junto a artefatos e discussões sobre o folclore e a arqueologia da região. O evento teve ampla divulgação internacional, por conta da reconstrução facial, sendo noticiado inclusive pela Embaixada da República Tcheca no Brasil.


Facce da Evoluzione

Ano: 2016

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Reconstrução facial do Homo naledi.

Local: Palazzo Ducale, Gênova, Itália.

Período: De 27 de outubro a 9 de novembro.

Em Gênova, cidade natal de Cristóvão Colombo, a exposição Faces da evolução - miremos o rosto dos nossos antepassados! (Facce da evoluzione. Guardiamo in faccia i nostri antenati!) aconteceu no Festival da Ciência. A mostra foi resultado de uma parceria entre o Museu de Antropologia da Universidade de Pádua e o grupo Arc-Team, e apresentou 23 reconstruções faciais de ancestrais humanos feitas pelo designer 3D brasileiro Cícero Moraes. Durante o evento, os visitantes tiveram acesso a vídeos sobre a técnica de reconstrução digital, impressões 3D de crânios de hominídeos e conteúdos de realidade aumentada que mostravam milhões de anos da evolução humana.

Como novidade dentre as reconstruções faciais, figurou o Homo naledi, há pouco descoberto (2015). O trabalho, seguindo o padrão dos demais, foi compartilhado com licença livre e utilizado em diversas matéris de sites, dentre eles Museu de História Natural de Londres, CNN, ScienceAlert e tantos outros, em matérias publicadas em 31 idiomas.


Santos Peruanos

Ano: 2015-2016

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Espaço dedicado às reconstruções faciais forenses e ao lado, materiais promocionais do Museo Santo Domingo, com o trabalho realizado.

Local: Museu Santo Domingo, Lima, Peru.

Período: Mostra Permanente.

O projeto de reconstrução facial forense de Santa Rosa de Lima, São Juan Macías e São Martín de Porres foi uma iniciativa de grande relevância cultural e religiosa, realizada em 2015 na Basílica do Santíssimo Rosário, em Lima, Peru. Sob a coordenação técnica da EBRAFOL - Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia Legal, essas reconstruções foram desenvolvidas com técnicas forenses avançadas, combinando rigor científico e profundo respeito pela memória dos santos. As apresentações das reconstruções ocorreram em eventos solenes nas seguintes datas: Santa Rosa de Lima em 30 de agosto, São Juan Macías em 26 de setembro e São Martín de Porres em 4 de novembro de 2015. Essas atividades não apenas destacaram o legado dos santos, mas também proporcionaram uma oportunidade única de aproximar sua imagem dos fiéis e do público em geral, fortalecendo sua conexão com a história e a fé. O impacto foi tamanho que as imagens passaram a ser relaiconadas diretamente com os santos, sendo vendidas como souvenirs em feiras de artigos religiosos, se convertido em estátuas e estatuetas e até em selo dos Correrios peruanos, em ocasião do quadricentenário do falecimento de Santa Rosa de Lima, em 2017.

As reconstruções faciais dos três santos peruanos integram uma exposição permanente no Museu Santo Domingo, localizado em Lima, Peru. Essa mostra, abrigada em um espaço especialmente dedicado, permite que os visitantes apreciem de perto o trabalho realizado, que une arte, ciência e devoção. A exposição não apenas destaca a qualidade técnica das reconstruções, mas também serve como um espaço de reflexão sobre o legado espiritual e cultural de Santa Rosa de Lima, São Juan Macías e São Martín de Porres, convidando os visitantes a se aprofundarem na vida e obra dessas figuras veneradas.


FACCE - i molti volti della storia humana

Ano: 2015

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Abertura da mostra FACCE.

Local: Museu de Antropologia da Universidade de Pádua, Pádua, Itália.

Período: De 14 de feveriro a 14 de junho de 2015, posteirormente prorrogada até 13 de dezembro.

A mostra “FACCE. I molti volti della storia umana”, foi uma exposição open source que explorou a evolução, diversidade e simbolismo do rosto humano por meio de reconstruções faciais forenses em 3D de hominídeos, figuras históricas como Sant’Antonio e Petrarca, e artefatos culturais. Com tecnologias como realidade aumentada e software livre, o projeto colaborativo internacional refutou conceitos racistas, destacou a unidade genética da humanidade e disponibilizou todo o material para replicação, promovendo acessibilidade e pesquisa aberta.

Recebeu significativa cobertura da imprensa, seja a televisionada, via texto online e impressa. A revista ScienceNews, notória no meio científico publicou duas matéria sobre a mostra, uma abrangendo-a globalmente e outra focada na técnica de reconstrução facial, destacando Paranthropus boisei que se tornaria a imagem de hominídos mais propagada e clássica do projeto, figurando em notícias de 21 idiomas, dentre elas em sites como o The Washington Post, BBC, Phys e outros.

Além do aspecto social, midiático e relacionado ao desenovlvimento de novas tecnologias, a mostra também rendeu uma publicação revisada por pares no journal Archeologia e Calcolatori, indexado na Clarivate e Scopus, cujo artigo foi intitulado FACCE. I MOLTI VOLTI DELLA STORIA UMANA. UNA MOSTRA OPEN SOURCE.


Faces da Evolução

Ano: 2013

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Reconstrução facial do Turkana Boy, apresentado na mostra.

Local: Museu Egípcio e Rosacruz, Curitiba-PR, Brasil.

Período: De 18 de maio a 30 de julho de 2013.

A mostra foi noticiada no Blendernation, o site de notícias do software Blender 3D. Uma das aproximações faciais efetuadas naquela oportunidade se converteu em uma das imagens mais difundidas de um Australopithecus afarensis em cetenas de notícias publicadas em sites de notícias ou voltados à divugação científica a saber: SciNews, Daily Mail, University College London (UCL), National Geographic e Supersinteressante.


Projeto Taung Child

Ano: 2012

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Captura de tela de uma notícia em 2025 com a face de de 2012.

O projeto Taung foi uma colaboração entre a empresa italiana de arqueologia Arc-Team, a associação antropológica Antrocom, o Museu de Antropologia da Universidade de Pádua e o designer Cicero Moraes. A iniciativa envolveu a reconstrução facial de um Australopithecus africanus, conhecido como Taung Child. O processo incluiu a digitalização 3D a partir de fotografias, seguida pela reconstrução facial forense, realizada integralmente com softwares livres, gratuitos e de código aberto.

O projeto foi destaque na VI Conferência Nacional de Blender 3D, em 2012; servindo como base técnica e acadêmica para a fomentação das mostras Faces da Evolução (2013) e FACCE (2015). A imagem resultante, compartilhada sob licença livre, ilustrou um significativo grupo de matérias científicas e didáticas como nos sites: IFLScience, Guia do Estudante (Editora Abril) e National Geographic España.

Uma publicação de 2016, revisada por pares abordou o projeto e sua história.